Mercado - Postada em: 20/12/2019
Mercado imobiliário deve puxar crescimento do PIB em 2020
A estimativa é do Banco Central, que destaca alta em lançamentos nas capitais e avanço dos financiamentos
O ano de 2020 deve ser marcado pela evolução de investimentos e do PIB (Produto Interno Bruto) no país, impulsionados, especialmente, pelo mercado imobiliário. A afirmação é do diretor de política econômica do Banco Central (BC), Fabio Kanczuk.
Ele afirma que os investimentos no Brasil deverão crescer 4,1% em relação a 2019. Já a economia deverá ter um salto de 2,2%. O executivo acredita que o bom desempenho dos imóveis deverá contribuir para essas progressões.
Kanczuk destaca a recuperação do setor, que acontece com o maior volume de lançamentos de empreendimentos em São Paulo e em outras capitais. Já o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ressalta que a autorização cedida aos bancos para o lançamento de linhas de crédito para aquisição de imóveis indexadas à inflação oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) tem contribuído para a retomada do mercado imobiliário.
Campos Neto salienta que as parcelas dos financiamentos reduziram até 25%. Ele complementa que há mais pessoas adquirindo imóveis, o que leva a mais lançamentos.
Projeções
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontam que foram criados 948 mil postos de trabalho com carteira assinada neste ano. Deste total, em torno de 13% foram gerados pela construção civil, com cerca de 117 mil vagas. A expectativa da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) é de que o PIB (Produto Interno Bruto) evolua 2% em 2019, o dobro da economia nacional (+1%).
O setor estima que no próximo ano, o PIB registre salto de 3%. Diante do patamar máximo de 30% apurado em 2014, a previsão parece modesta. Todavia, o mercado viveu baixos números nos últimos seis anos e tem demonstrado avanço esse ano.
Com a baixa das taxas de juros e bons índices reportados nos últimos meses, o mercado imobiliário passa por um momento de otimismo. Recente estudo elaborado pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) indica que a cada ponto percentual de redução nos juros imobiliários, pelo menos 2,8 milhões de famílias passariam a ter condições de contratar esse tipo de crédito.
Até para os investidores, o panorama do setor é favorável. Levantamento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) aponta que os fundos imobiliários tinham R$ 105 bilhões em patrimônio líquido em outubro de 2019 recorde da série histórica da entidade. Para se ter ideia, em dezembro de 2018, o patrimônio líquido dos fundos imobiliários era de R$ 85 bilhões.
Informações: www.bcb.gov.br